Estamos de volta! Depois de quinze dias de problemas com agenda e tudo o mais, estamos tentando retormar a regularidade nas gravações.

E eis que chegamos ao episódio de número 19. Gravando agora nas quintas, retomamos com direito a mudanças na trilha sonora e problemas com o áudio (sei que você vai me xingar por vinte minutos, mas depois o som melhora… ). Mas vamos ao episódio!

Antes de mais nada, os agradecimentos aos que comentaram em nossa última edição:
Alexandre Estanislau, Everaldo Vilela, Rodrigo Diniz, Humberto Massa, Helena Shigaki, Bruno Milagres, Walter Romano.

Os assuntos tratados neste episódio foram:

01 – Vereadores de BH vs. Internet
http://historiaspraboiacordar.wordpress.com/2012/02/07/vereador-leo-burgues-psdb-mg-diz-que-seus-criticos-na-internet-sao-organizados-e-financiados/
http://historiaspraboiacordar.wordpress.com/2012/02/08/elaine-matozinhos-ptb-faz-coro-com-leo-burgues-psdb-vereadora-se-diz-vitima-de-uma-conspiracao-na-internet/
Bônus: http://www.facebook.com/photo.php?v=381966528487391
Super Bônus! Trote do Pareto: http://www.youtube.com/watch?v=_O9WhsFJS7I

02 – “Censura” no Twitter
http://www.guardian.co.uk/technology/2012/jan/27/twitter-faces-censorship-backlash
http://www.bbc.co.uk/news/technology-16926871

03 – Um produto sem usuário não é nada
http://www.zurb.com/article/906/a-product-without-a-user-is-nothing
http://www.webinknow.com/2012/02/gopro-focus-on-buyer-personas-sells-millions-of-cameras.html

A montagem a que nos referimos sobre os meios de transporte dos prefeitos veio daqui:
http://totaurbs.blogspot.com/2010/10/comos-os-prefeitos-vao-para-o-trabalho.html

As músicas tocadas neste episódio vieram daqui:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1043513-prefeito-marcio-lacerda-ganha-marchinha-polemica-de-carnaval.shtml
http://soundcloud.com/ahcidade/lanche-do-burgues-na-coxinha

 

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11 comments on “Ainda Sem Nome #19 – Coxinha do Burguês, censura no Twitter e produtos sem usuários

  1. O que eu vejo de mais positivo nessa história da câmara de vereadores é justamente o fato de ter acontecido um primeiro movimento. Nota-se um primeiro movimento minimamente organizado. A ação foi um pouco além do clique do mouse – onde geralmente termina. Dessa vez não “morreram na praia”.

    Outra coisa que eu considero importante é ver que, ao contrário do que muitos pregam, tem muita gente interessada em política sim. Há quem condene a suposta omissão e credita parte da culpa dos desmandos à essa omissão.

    Chama minha atenção nesse movimento também o fato dele não ter sido abortado nos primeiros êxitos, como é muito comum. A “pressão” aconteceu para não ser aprovado, para que fosse vetado e, após o veto, para a manuntenção. Depois da manunteção houve ainda o vídeo dos comentários. Acompanharam todo o processo. Isso é muito positivo, no meu entendimento.

    Lembrando que no site da Câmara Municipal de Belo Horizonte também tem um portal que publica os gastos da verba indenizatória. Há algum tempo (maio/11) eu vi – por acaso, é verdade – que um vereador gastou mais de R$2,5mil em combustível. Eu mandei um e-mail para o vereador. Talvez um e-mail não vá mudar em nada no gasto, mas cedo ou tarde o vereador [ou algum assessor] se manifestou e respondeu com 21 páginas tentando explicar como gastou, em 22 meses, mais de R$50mil com combustível.

    À época do aumento mandei um e-mail para todos os vereadores perguntando a respeito. As respostas foram até curiosas. Um deles disse “quando o aumento tinha 21 votos e já estava aprovado a confusão e o tumulto no plenário me levaram a um voto equivocado”.
    Como eu disse, um e-mail enviado para um vereador pode não mudar em nada, mas no momento era o que eu poderia fazer. Já é alguma coisa. E é esse primeiro movimento que me dá uma esperança de que as coisas mudem a longo prazo. Algumas respostas sobre o aumento e a resposta do gasto com combustível eu compartilhei aqui.

    Sobre a blitz e o twitter, repito o que eu disse outro dia: “Agir corretamente num mundo de espertos: desafio para uma vida inteira se você vive num país chamado Brasil.”
    É complicado demais. Desanimador.

  2. Alô a todos! Gostei bastante do podcast Caio e Cabeça!
    (opa, nome pro podcast: Caio de Cabeça)

    Concordo com tudo q foi falado, bla bla bla. Tudo com muito bom senso.
    Acrescento uma defesa para o alerta às blitz, seja piscando farol, ou através de twitter. A PM e demais polícias NÃÃÃO ESTÃO PREPARADAS PARA NOS ABORDAR!
    Mais um episódio acontecido comigo no último domingo me faz ter mais raiva e pavor desses PM. (Inclusive amigos PMs estavam de testemunha).
    Um amigo foi pego de moto numa blitz na savassi, tinha bebido uma cerveja, se negou fazer bafômetro e fui lá pegar a moto dele.
    O coronel e demais soldadinhos consultaram minha carteira e disseram q contava bloqueada, q eu nao poderia levar a moto, pra chamar outra pessoa.
    Achei super estranho, fui atras de informações, fui no detran, enfim perdi tempo essa semana inteira olhando isso e um PM me confessou: “isso foi erro humano meu filho, só pra tirar onda com vc”.
    Depois dessa, eu me tornei radicalmente contra blitz no Brasil.

  3. Cabeça, é proibido dirigir com QUALQUER quantidade de álcool no sangue. Beber uma cerveja e dirigir 2h depois continua sendo proibido do mesmo jeito e pode dar até 3 anos de cadeia, viu?

    Isso tudo porque em 2008 o deputado Hugo Leal, o Partido Socialista Cristão (sempre eles), decidiu alterar o código de trânsito e baixar a alcoolemia permitida de 0.05 BAC (que já era suficiente) para 0 (que não faz sentido). Ele cagou essa lei da cabeça, já que não há motivo algum para essa diminuição.

    O inventor do bafômetro, o americano Robert Borkenstein, publicou ainda em 1964 um estudo mostrando a importância de se proibir condutores de guiarem automóveis com mais de 0.06 BAC (o equivalente a mais ou menos 3 cervejas). No mesmo estudo havia uma curiosidade estatística: pequenas concentrações de álcool no sangue DIMINUEM a probabilidade de acidentes em relação a pessoas sóbrias. TODOS os estudos publicados a respeito do tema mostram a mesma coisa. Beber pouco e dirigir diminui o risco de acidentes. É por isso que a legislação da maioria dos países democráticos permite que os cidadãos bebam um pouquinho e dirijam.

    Dois anos depois da fajuta “Lei seca” o número de acidentes no Brasil aumentou e bateu recorde em 2011, mostrando que a única consequência dessa lei foi processar criminalmente motoristas como o Cabeça, que bebem “só uma cervejinha” e acabam sendo pegos numa blitz. Os bêbados assassinos, que já podiam ser presos antes dela, continuam enchendo a cara e dirigindo do mesmo jeito. E a maior causa de acidentes de trânsito nunca foi o álcool.

    Sempre achei errado informar outros motoristas de Blitzes mas se a Blitz em si já está errada, então sinto muito Governo. Fazer download de conteúdo protegido por copyright também é errado e contra lei, mas todo faz e acha legal, né?

    E eu concordo com o Amarante. Nunca me senti seguro sendo parado em Blitz, mesmo não devendo nada. Se eu puder evitar, evitarei.

    • Felipe Feb 17, 2012

      Narcélio, eu sei que é errado, mas sei que varia de organismo para organismo. Ainda assim, entenda como uma figura de linguagem. 🙂

      • Cabeça, o problema todo desse tipo de lei é (além da inutilidade da “tolerância zero”) a nannyficação do estado. O estado não tem que punir quem assume riscos — ele tem que punir aqueles que assumem riscos e geram consequências. Sinceramente, eu não estou nem aí se você sai dirigindo com uma garrafa de vodca na cabeça, CONTANTO QUE NÃO SOFRA UM ACIDENTE. “No harm, no foul”. O “deterrence” tem que impedir o cara de sair com a cara cheia de cachaça dirigindo como um louco — e não o cara sair com a cara cheia de cachaça dirigindo mais devagar que o habitual, para compensar o eventual atraso nos reflexos.

        Isso é modinha de americano (“pense nas crianças!”) que inventou, entre outras coisas lindas desse mundo, a “guerra contra os adultos conscientes que resolvem consumir determinados compostos químicos só porque eu não gosto do efeito desses compostos ou acho que pode vir a ser danoso a longo prazo; exceto o álcool, porque esse eu já tentei erradicar e deu muita merda e o tabaco, porque os caras me dão um dinheiro para a campanha.”

  4. Cara, meus comentários vão ficar monstruosos hoje.

    Primeiro, quanto à política e a Câmara Municipal e seus membros:

    Vivemos em um país com tradição centralizadora, tradição essa que foi solidificada na Constituição Cidadã de 1988. Nenhuma lei de impacto geral é feita fora do Congresso Nacional. Algumas leis de organização do espaço local são feitas nas Câmaras de Vereadores. A Assembléia Legislativa quase não tem sobre o que legislar, ficando com o “vácuo” entre o que a CF88 entrega à União e aos Municípios. Ainda, grande parte das leis é feita pelos Executivos (!!!) que têm um monte de instrumentos para legislar, e ganham outros no gogó (leis delegadas e representantes dos partidos de situação dentro dos legislativos). Em outras palavras, muito do que nossos legisladores fazem é assistir ao Executivo governar. Existe até uma palavra no nosso jargão político, “governabilidade”, que significa “a habilidade do Executivo em manter o Legislativo fora do caminho”. O que é uma inversão de valores sem tamanho.

    Enquanto isso, nossos legisladores ficam inventando maneiras de se fazerem parecer ocupados, na melhor das hipóteses. E nesse cenário, a Câmara Municipal (tanto aquela da capital quanto a do interior) é a FEBEM, a “escolinha do crime” político que é o aborto da nossa incipiente democracia. Assim como o menor infrator que caía/cai naquele estabelecimento, o vereador recém-chegado à política acaba se perdendo no meio de conseguir qualquer coisa que sua consciência lhe tenha ditado até aquele momento. Então, ao invés de definir prioridades para elaboração de leis, monitorar os grupos de pessoas em condição de risco da comunidade, monitorar a execução orçamentária, o legislador passa a colocar-se em posição secundária ou antagônica ao executivo (ambas rendem dividendos políticos e orçamentários) e utiliza sua influência distribuindo pequenas benesses (dentaduras, sacos de cimento e bolas de futebol) com o intuito único de se reeleger ou ser “promovido” ao próximo nível legislativo ou (em poucos casos) ao nível inferior do executivo.

    Assim como um adicto cheio de metanfetamina, a essa altura o nosso pobre político está completamente preso ao seu vício de reeleições e promoções e já esqueceu o que ele poderia fazer pela sua comunidade ou pelo país como um todo. O meio, a política, já tornou-se o fim (mais ou menos como a droga que de meio para a diversão ou o relaxamento acaba tornando-se a finalidade da existência do adicto). E assim a política tornada finalidade, o político — que é quem vai legislar ou deixar o executivo fazê-lo — jamais permitirá a alteração daquilo que permite a ele alimentar seu vício… motivo pelo qual reforma política é impossível, e a pouco de reforma eleitoral que tivemos nos últimos anos (lei da ficha limpa) nasceu de um mecanismo que os constituintes de 1988 esqueceram no texto constitucional.

    O que leva à lógica conclusão, que ao complementando o que o Cabeça falou, que devemos saber em quem votamos e acompanhar e cobrar de nossos legisladores, devemos também renová-los o máximo possível… somente não reelegendo ninguém (nem os filhos, netos, sobrinhos etc daqueles que detêm cargo eletivo) podemos ter alguma esperança de quebrar esse ciclo vicioso, e de eleger gente que efetivamente tenha interesse em trabalhar pelo bem coletivo.

    E olha que eu nem vou chafurdar no assunto que é a podridão e as mazelas do nosso modelo eleitoral proporcional e dos nossos partidos políticos.

    Quanto à suposta teoria da conspiração ventilada pelo Burguês e pela Matozinhos, duvido que eles mesmos creiam nessa balela. Mas para salvar um mínimo de “face”, é o discurso que lhes sobra: “alguém tá de sacanagem comigo”. Eu também não recebi dinheiro para repassar o tal vídeo ou as marchinhas nem para discutir os desmandos que os mesmos fazem durante seus mandatos. Duvido que alguém tenha recebido.

  5. Segundo, quanto à censura, no Twitter ou fora dele.

    Discordo do Caio em sua afirmação de que quem está contra a Polícia tem algo errado, “rabo preso” ou algo assim. A Lei é imperfeita, e a Polícia (nem vou falar que é a polícia mineira ou a brasileira, em todo lugar do mundo) mais ainda. Ademais, o tempo todo o Estado tem que temer o cidadão — do contrário, o cidadão vive sob o terror do Estado.

    Partindo desses pressupostos, é claro que empresas (como o Twitter) têm que seguir alguma lei, e mais, têm que procurar (pela maneira como são constituídas) ter o mínimo de dissabores possíveis nos lugares onde vão atuar. Mas daí a se transformarem em “colaboracionistas” em toda parte (como é o plano do Twitter) há uma certa distância, e que contrapõe o interesse comercial ao interesse da sociedade humana como um todo.

    Como o Cabeça falou, abre o precedente. Se eu fecho o perfil anti-blitz, duas coisas acontecem: primeiro, a Internet roteia ao redor do dano (o caso Cica é emblemático nisso)… segundo, eu passo a mensagem que o Twitter não é do cidadão. E isso pode ser a porta de entrada para o próximo Twitter (já que o roteamento ao redor da censura pode passar pelos usuários deixarem de usar o twitter e começarem a usar os serviços de outra empresa)… o que é um movimento contrário ao interesse comercial da própria empresa.

    A Internet, enquanto existir, vai ser resistente a danos que interrompam a comunicação. E censura é simplesmente isso: interrupção de comunicação.

    Por fim, é minha opinião que opiniões são como as nossas partes privadas. Todo mundo deveria ter o direito de exibir as suas à vontade, contanto que não tentassem enfiá-las goela abaixo dos outros e que aguentassem as risadas depois.

  6. Esse negócio de beber e dirigir é complicado. É muito fácil eu chegar e dizer que não deve haver tolerância a quem bebe e dirige, afinal eu não bebo e não dirijo.
    Muitos dos meus amigos discordam da Lei Seca pelo mesom motivo que o Cabeça disse: bebem pouquíssimo e não podem assumir a direção sob risco de cair em blitz.
    Mas eu sou favorável à lei pelo seguinte motivo: ainda que, segundo o Narcélio, os acidentes tenham aumentado eu penso que assumir qualquer que seja a situação que coloque em risco a sua vida é uma coisa. Mas assumir uma condição que coloque a vida de terceiros em risco é outra muito diferente. Eu não pagaria para ver.
    Há um sentimento comum de “isso não acontece comigo”.
    Já pude testemunhar ambos os lados da situação: vítima de acidente de trânsito em que o outro envolvido estava alcoolizado e foi quem provocou o acidente e também um conhecido que, bêbado, invadiu a contra-mão na via expressa e provocou um gravíssimo acidente. Ele não teve nada já o outro condutor sofre até hoje com as consequências do acidente.

  7. Álvaro Lourenço Feb 19, 2012

    É… os argumentos até fazem sentido. Eu conheço muito volante temerário que fica um tanto cuidadoso depois do primeiro copo. Fica parecendo que a lei, diante de um provável acidente, punirá o álcool precipitadamente apenas porque este é mensurado num aparelho. Já o temerário só seria punido se sua atitude (comprovadamente) gerasse o acidente.
    No final das contas, o que a lei pune? O conceito parece mal elaborado…

  8. A respeito do meu primeiro comentário, pelo visto não vai parar por aí. Sim à continuidade: Movimento popular que questionou o veto de salário vai pressionar parlamentares

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